A linguagem oral é uma atividade que não pode
ser esquecida, é preciso compreender que a escola precisa priorizar, no ensino,
as situações públicas de comunicação oral – seminários, mesas-redondas,
debates, apresentações temáticas, palestras, por exemplo –, e não as situações
de comunicação cotidianas, dado que estas são aprendidas independentemente da
escola.
Sabemos que somente as características
sonoras e gráficas não caracterizam as linguagens, oral e escrita e que, mais
do que estabelecer dicotomias entre ambas, o importante é analisar detidamente
suas características a partir do contexto que determinou e orientou a produção
do discurso. No entanto, isso não significa que, no ensino, se deva ignorar a
distinção entre linguagem oral e linguagem escrita.
Ao
contrário: conhecer os traços que distinguem as duas linguagens é muito
importante para que se possa orientar o ensino, para que se possam organizar
situações de aprendizagem que possibilitem ao aluno aprender, efetivamente.
Do mesmo modo, é necessário saber sobre o
processo de produção dos discursos orais:
•
Como se dá o seu planejamento?
•
Qual a relação existente entre o processo de produção e o de publicação?
•
Que características textuais eles apresentam, para orientarmos os alunos de
maneira que aprendam a produzir discursos orais eficazes?
É preciso, então, superar a idéia comum de
linguagem oral como sendo o lugar da espontaneidade, do expressar-se
livremente, do falar sobre si, distraidamente. Na verdade, a escola deve entender
que produzir discursos em linguagem oral significa organizar a fala em gêneros
discursivos, que possuem características próprias, os quais, quando
desconhecidos, precisam ser aprendidos e podem ser ensinados. Mais que simples
conversa coloquial, a linguagem oral caracteriza-se por ser uma prática social
discursiva que se realiza em diferentes circunstâncias orientadas por variados
parâmetros.
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